sexta-feira, 30 de abril de 2010

O depois da despedida



Não importa quantos passos você deu para trás, o importante agora é quantos passos você vai dar pra frente.’
Chega uma hora em nossa vida em que as coisas simplesmente passam. E o sentimento que fica no seu coração, se não é de pura saudade, é de algo muito parecido com ela. A dor do adeus, a dor do ‘até nunca mais’, a dor que fica daquilo que vai. Não importa: é sempre dor. Nos apegamos, tomamos como ‘nosso’ e, de repente, acaba. Acaba de modo abrupto, do mesmo jeito que começou. Foi triste justamente porque houve a tal despedida, e você se acabou por dentro e por fora. Talvez fosse melhor uma separação distanciada, sem laços de adeus. Porque o adeus também exige a formação de laços: os laços de despedida, os piores! A lembrança de uma despedida é pior que a dor de um grande amor. Isso acontece porque nós nunca nos lembramos de como conhecemos alguém, lembramos apenas de como perdemos essa pessoa. E isso corrói o restinho de vermelho que pintava o seu coração: o último sopro da maldita esperança. É permitido ter saudade, não é permitido sofrer. Mas o mundo é ao contrário, o que faz com que seus pensamentos também sejam. E fazemos questão de fazer tudo ao contrário! Nessa hora entra a outra parte dolorida da história: a dor de esquecer o que faz doer. Nós não queremos esquecer o que ficou pra trás porque conseguir aquilo nos custou uma dedicação tão grande quanto deixar o quarto um pouco mais limpo no domingo. Só que não são as pernas que doem. Quer coisa mais dolorida que querer ser feliz e não conseguir porque dói esquecer da despedida? Ficamos apegados. Apegados demais. É quase impossível imaginar enxergar colorido daqui para frente, porque tudo vai estar cinza e com gosto de queimado. As únicas palavras que ecoam na mente são: nunca, dor, sofrer, triste, cansado. Um dicionário mais limitado impossível. E você se esquece do R, entre o Q e S. Quando chega nele, só consegue ler: raiva, remorso e rancor. Mas lá em cima, brilhando infinitamente entre as letrinhas da mesma página, está escrito recomeço, esperando pacientemente pelos seus olhos. Ela te diz: ação de recomeçar. Você sabe exatamente o que isso quer dizer, e algo me diz que hoje é um ótimo dia para isso. O que ainda está fazendo parada aí? Despeça-se da despedida e recomece!

Principe Encantado?



Não. Ele não vai chegar num cavalo branco, e você não vai estar de vestido longo rodado: ele vai chegar de avião ou de carro, e você vai estar de jeans, regata e All Star. Ele não vai beijar sua mão: vai pedir seu MSN. Ele não vai fazer uma serenata: vai te mandar um link para você ler a letra de uma música. Ele não vai te dar um buquê de rosas: vai te pagar uma bebida. E isso significa que ele se importa com você. E não, isso não é um problema: esse é o jeito de mostrar que gosta do século XXI. Se esse cara for assim, ele é um cara que realmente gosta de você. O problema só surge quando há plural: existem dois caras que são assim com você. E agora? Pra quem eu passo meu MSN? É normal apaixonar-se por dois ao mesmo tempo. Ou melhor: é normal achar estar apaixonada por dois, porque na verdade nós gostamos apenas de um. O que acontece é que queremos nos sentir desejada pelos dois. Sabemos que ficar sem um deles significa a morte lenta de um pedacinho do nosso coração, mas é preciso deixar morrer. Elogios e carinhos espontâneos respondem 50% da pergunta: qual deles é o príncipe? Sentar ao seu lado apenas para dar “bom dia”, passar por você no corredor da escola e olhar nos seus olhos sorrindo, fazer uma coisa que não gosta (por exemplo: o cara não gosta de Twitter e faz um só para te seguir) por você, ficar meio cambaleando ao andar quando passa por você e até perder o rumo do caminho: atitudes banais e traços reais de um cara apaixonado. Esse é seu príncipe. Mas espere: os dois fazem isso? A realidade é que um, com toda certeza, está mais interessado. Um deles vai ganhar essa luta porque além da sinceridade das atitudes desse cara, você inconscientemente sabe quem te dá mais valor. Não tem erro: um deles te assume mais do que o outro. Um deles fala mais de você com os amigos: o outro desliga o telefone antes de dizer com quem estava falando. Um deles não quer mudar nada em você: o outro nunca te acha suficiente. É difícil escrever sobre algo que é puro sentir, entrar em contato. Sabemos quem realmente gosta da gente. Falsidade não sustenta sorriso por muito tempo. Paz interior vem de quem sentimos que gosta da gente. É difícil nos enganarmos quando há dois para colocarmos na balança. E quem é o príncipe? É aquele que te trata não como princesa, mas como rainha!